sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um drink no inferno ou um trago no inverno



Sexta-feira é um dia diferente, dia de espera. Dia de segurar a sede & à vontade de voltar pra casa (agora já gosto de beber em casa) ou pro bar.
E esta sexta é especial. Toda sexta é especial, mas essa tem um sabor de conquista e de vitória. É hora de ouvir mais um pouco das bases das musicas do Reverendo T & os discípulos descrentes. Tirar duvidas. Perceber detalhes. Decidir quem deve fazer o que.
Essa é uma delas:

Os Bêbados (Tony Lopes)

Os bêbados são sinceros
Ao cantarem suas magoas
Os bêbados são mais sinceros
Ao chorarem suas dores

Tropeços na angustia
Quedas na irreal
Tropeços na angustia
Quedas na irreal

Os bêbados são tristes
Ao procurarem respostas
Os bêbados são mais tristes
Ao recusarem ajuda

Doses de inconveniência
Tragos de incoerência
Doses de inconveniência
Tragos de incoerência.


Escrevi e fiz essa musica há muito tempo, sempre gostei muito dela. Ela fazia parte do repertorio da banda A FARSA ( Tony Lopes, Eduardo Luedy e Artur Ribeiro). Tentei tocá-la varias vezes depois do fim desta banda. Ate fiz uma banda só para os meus recém nascidos filhos me verem tocar, chamada TEJO VERMELHO, com uma cantora portuguesa (adoro o português de Portugal). Vida curta.

Quando resolvi gravar essa foi uma das primeiras escolhidas. Queria ela meio depre. Ficou meio rocker. Gostei do resultado provisório.
E ela ainda terá uma versão em inglês:

Drunks (Tony Lopes)

Drunks are sincere
By singing their sorrows
Drunks are more sincere
When cry their pain

Stumbling in trouble
Falls in unreal
Stumbling in trouble
Falls in unreal

The drunks are sad
In seeking answers
Drunks are sadder
By refusing to help

Drop of inconvenience
swallow incoherence
Drop of inconvenience
swallow incoherence.


To indo, quem sabe não nos encontramos em um bar.
De qualquer maneira: um brinde.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Quando o dia azul se transforma em musica ou simplesmente a arte de fazer tudo parecer melhor do que realmente é.



As coisas continuam rolando. Primeira etapa concluída. Agora começa a parte mais difícil que é reunir os convidados e começar a nova etapa de gravação. Serão 10 cantores/cantoras, um deles já gravou, Moises Santana. E tem também os instrumentos solos. Mais convidados, alguns já sabem, outros ainda não. Tenho tudo planejado na minha mente, mas à medida que o processo avança surgem novas duvidas.

Ontem recebi a pré-mix com baixo, bateria e teclado e também com a voz do Reverendo T. fiquei surpreso, algumas ficaram bem interessantes, outras esquisitas, acho que era isso mesmo que eu buscava. Mas o principal milagre é ver que a coisa ta tomando forma e vida própria, não ficou como imaginei no inicio nem depre como eu gostaria. Mas ta ficando legal. Muitas possibilidades surgindo e creio que com os solos e com as novas vozes o monstro se transformará em uma princesa.
Essa semana ainda devo dar os primeiros passos para a produção da capa. Ta tudo na mente. Sei quem quero que faça. Sei o caminho que ele deve tomar. E principalmente sei que vai ficar do caralho. Creia.
No mais agora é hora de correr atrás das estrelas que farão o cd ganhar o brilho que merece, ligações, e-mails, contatos, e muito corre-corre para que as peças se encaixem e façam os motores roncarem suavemente em direção aos corações imperfeitos dos discípulos descrentes que se deixarem seduzir pelos acordes e letras desse maravilhoso conjunto de canções.


Acho que to feliz.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Quando o que não faz sentido é o melhor a fazer.



No século passado, no inicio dos anos 90 gravei um LP. A intenção era nobre, depois de anos tocando e compondo com as (minhas) bandas guerra fria e duvida externa resolvi colocar a minha voz em um disco. Resultado dramático. Criticas negativas choveram do Oiapoque ao chui.Ninguém entendeu minhas intenções. Ate da capa falaram mal, dizendo ser uma tentativa de soar "ecologicamente correto". Fudeu. Só queria que as minhas "canções" fossem escutadas. Tiro n'água.

Eis que um novo século nasce e em meio a chuvas & trovoadas, altos & baixos, erros & acertos a mesma vontade de mostrar algo ressurge. Claro que tive que partir para a carreira solo. Recrutei a minha banda imaginaria e fui pro estúdio em transe. Transe total. Devaneios e planos sendo escritos ali na hora h, sem pestanejar optando pela solução imediata. E tome baterias mal tocadas, levadas inventadas no afã do momento e por fim a hora e a vez da “VOZ”. Essa que sempre me faltou. Essa que sempre soou baixa e desafinada. Mas, caros discípulos quem precisa de VOZ quando os sonhos são nossos.
Fui, com uma amiga garrafa de vinho, levada pelo amigo e parceiro Evandro Lisboa, e fiz o melhor que pude.


Na tv o Vitória esmagava o atlético goianiense.

Sei que muitos vão odiar. Sei que muitos nem irão escutar. Mas sei também que fiz o que queria fazer. E pros descrentes (que não são discípulos) tenho a receita: todas as musicas terão versões com “vozes” talentosas e especiais. Na minha e na historia da musica baiana da qual sempre fiz parte.
Moises Santana, amigo e parceiro, foi o primeiro a gravar.

Outros virão. E a você só resta, caro leitor uma dica: depois de ontem vem o amanhã, cheio de novas incertezas e novos desafios. Ouse e ouça as canções que o “Reverendo T & os Discípulos Descrentes” fez pra você.

a diva Maricene Costa passou pelo studio:

segunda-feira, 17 de maio de 2010

FAÇA A COISA CERTA NA DUVIDA FIQUE COM AS DUAS

(PASSANDO O SOM DA BATERIA)


Escolher não é uma tarefa fácil. O que às vezes parece ser tão simples na verdade não é.
A vida nos mostra isso todos os dias, todas as horas e às vezes nem percebemos. Então com musica é a mesma coisa e dentre as que escolhi, uma em especial me causou um grande dilema. Por já tê-la gravado antes resolvi manter a melodia e mudar a letra. Pronto criei um novo problema. Sai em busca de alguma letra que se encaixasse e que ao mesmo tempo fosse atual. Não encontrei nada, mas uma delas me agradou e decidi adaptá-la. Pronto o problema estava solucionado. E segui. Alguns dias depois bebendo umas cervejas me veio uma inspiração, lembrei de uma letra antiga que eu gostava muito e que acabei por perdê-la e resolvi tentar lembrar do tema e escrever outra. Fiz, claro que não saiu como a velha letra, mas acabei gostando dela e achando que poderia usá-la justamente naquela musica que precisava de uma nova letra. Pronto, de volta ao velho problema.
Essa é a primeira delas:
Esse amor (Tony Lopes)

Flechas e tiros no peito
Cortes nos pulsos
Esse amor esta me matando.

Quando será que vai findar a dor
E cessar esse calor
Que me faz suar só de pensar neste amor

Noites vazias e insones
Dias sem qualquer nexo
Esse amor esta me maltratando.

Quando será que vai findar a dor
E cessar esse calor
Que me faz chorar só de pensar neste amor

Yeah yeah yeah yeah

Gritos aflitos pra lua
Dores profundas na alma
Esse amor esta me enlouquecendo

Quando será que vai findar esse amor
E terminar esse pavor
Que me faz sofrer só de pensar nesta dor

Remédios para iludir
Um corpo que não quer sorrir
Esse amor esta me adoecendo

Quando será que vai findar esse amor
E terminar esse pavor
Que me faz penar só de pensar nesta dor


E essa é a segunda:
Casca do Ovo (Tony Lopes)

A vida às vezes nos oferece muitos sabores (a vida parece um sorvete de múltiplos sabores)
Às vezes decepções e dores
Noutras emoções baratas e amores

Tão sutil como o vôo de um inseto
Às vezes sou pedaço
E em outras sou completo


A vida às vezes nos impulsiona com seus motores
Às vezes nos afastando do sofrimento
Noutras nos deixando parado no acostamento

Tão frágil como a casca de um ovo
Às vezes sou eterno
Noutras começo tudo de novo.


Pedi algumas opiniões, pensei um pouco mais e decidi pela “casca do ovo”, tudo certo e definido na minha cabeça quando me dei conta que todas as musicas terão duas versões diferentes e que eu poderia e vou usar as duas.
Então caros discípulos vocês não precisam escolher uma delas porque as duas estarão lá no cd. Quem viver ouvira.

(VANDEX E O PIANO)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Nos tempos da ditadura ou como fazer uma revolução.



Não sou político, não falo de política e nem entendo de política. ponto
Mas comecei a escrever nos tempos da repressão. Sou fruto e filho disto e não tem como fugir. Quando escrevi minhas primeiras letras para a banda guerra fria tinha que mandá-las para a “censura” e só assim poderia tocá-las em shows. Lembro que uma delas chamada de “Bordel Brasil” que tive que enviar pra ser tesourada e eu sabia que ela iria ser vetada então surgiu a idéia de dizer que ela era “instrumental”. Passou. A tesoura já andava mais branda naqueles tempos. Mas antes disso tudo tive meu primeiro confronto com a revolução. A minha revolução.
Essa é a historia da musica “Maluca” uma das minhas prediletas.

Maluca (Ataualba Meireles/André Luiz/Tony Lopes)

Maluca Lindamente louca
Maluca
Lindamente louca

Me dá um beijo na boca
Me joga uma pedra na nuca
Maluca

Maluca
Lindamente louca
Maluca
Sai deste asilo
E vem me amar.


Bem pra começar uma explicação sobre a parceria da letra com André (meu irmão) à parte dele foi à substituição da palavra “cabeça” por “nuca”. Fez a diferença e mereceu o credito.
Depois ela foi inscrita no festival de musica universitário, se não me falha a memória, de 1982. Passamos com louvor pela eliminatória, nota máxima do júri e reclamações dos universiotarios “engajados” que esperavam algo mais “politizado”. E partimos para a final no colégio iceia onde fomos quase que expulsos do festival e depois de muita briga e confusão feita por mim e com o abandono do palco pela banda que tocaria a canção saímos do festival sem cantá-la e sem que a letra constasse no programa oficial (alias este foi o motivo principal da minha briga). Mas a verdade que salva e liberta é uma só: a revolução pode ser feita de varias maneiras eu fiz a minha naqueles dias.
Bom agora é só esperar pela versão oficial e definitiva do Reverendo T & os Discípulos Descrentes que devera contar com a participação especial do autor da musica Ataualba “Zito” Meirelles (que ainda não sabe disso).
E o rock vence mais uma vez.
Acredite e tenha fé.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A DIFICIL HORA DA ESCOLHA

O inicio é a hora que decidimos realmente fazer algo, neste caso o cd. Se vamos começar é preciso decidir o que fazer. Como fazer. E com que fazer. E ai chega o momento da escolha do repertorio. Tenho muitas canções escritas desde o inicio dos anos 80 ate os dias atuais.
Não queria utilizar material novo (as letras novas com musicas de Evandro Lisboa estarão no cd da banda tilttt/Evandro Lisboa) para este projeto e sim resgatar coisas que ainda faziam sentido. Pelo menos pra mim. E tem coisa de 1982.
Ai tomei a primeira decisão: iria utilizar as minhas “musicas”, me refiro as musicas que compus (não muitas) e não apenas as “letras”. Então escolhi algumas (no final ficaram 05) e completei o repertorio com outras 05 musicas de compositores que trabalharam comigo nesses anos. Se você sabe que eu não toco porra nenhuma (exceto uma bateria mentirosa) e mal reconheço as notas musicais da pra imaginar que as composições não são lá essas coisas toda. Ledo engano, todas elas são realmente muito simples, como são as coisas que escrevo, mas elas passaram por mãos talentosas ao longo dos anos que deram um melhor acabamento e realçaram as minhas reais intenções. Uns vão gostar outros não, eu gosto de cada uma delas de um jeito especial. Ao longo deste blog falarei individualmente de cada uma, tentarei lembrar de como elas nasceram, onde e como foram usadas e porque foram escolhidas.
O passo seguinte foi decidir qual caminho musical tomar. Seria rock, reggae, blues?????
Decide fazer MPB (musica popular baiana). Formação simples. Sem guitarras. Apenas bateria, baixo e.....PIANO. Pronto assim iria ser.Entrei no estúdio e começamos a gravar.
Primeiro os pianos, neste momento as baterias e logo logo os baixos e instrumentos solos.
No fim a voz do Reverendo T e depois iniciaremos o lado B do projeto. Desse falo logo mais. Por hora é isso mesmo. As pedras tão rolando e os sonhos se realizando. Se no final eu ficar satisfeito beleza se não ficar coloco as mãos na massa e inicio o projeto de um novo sonho. Eles não param. E você?????